quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

ENTREVISTAMOS O DISTRIBUIDOR NOVAROSSI NO BRASIL


O Team Speed Work teve a honra em entrevistar o Sr. Cesar Salvadori, da Salvadori racing, Distribuidora Oficial para o Brasil dos produtos Novarossi.




Entrevista Speed Work.




Como foi o inicio do Salvadori nas pistas de Rc?
R. Em 1996 ganheir um Kyosho PureTen RTR da minha mãe. Tentei freqüentar pistas mas o grupo fechado que competia na APARC não foi muito simpático, depois fui em uma das reuniões noturnas em frente ao estádio do Pacaembu, porém era uma zona de conflito de freqüências e já arrebentei com o carro sem sinal de rádio no primeiro dia. Então dei uma desanimada e acabei deixando tudo parado até o final de 2000, quando através do extinto site SixSpeed, na época assinado por Roberto Viveiros, comecei a acompanhar as reportagens de corridas da pista da ATA, então no início de 2001 comprei um Mugen MTX2 e comecei a freqüentar as corridas.



O que o motivou a ser Distribuidor da Novarossi no Brasil e porque desta marca ?
R. A Novarossi é referência absoluta em automodelismo. Em 2005 estava um pouco esquecida por aqui com a chegada dos motores super baratos da Mega, e a grande vitória da Sírio no mundial de 2004. Junto disso a saída do Mario Rossi espalhou uma lenda de que a Novarossi estava fadada a desgraça.
Enfim, eu confiei que a fábrica continuava sendo a melhor no desenvolvimento e produção de micromotores e decidi investir nisso. Felizmente hoje, 3 anos depois, os resultados foram excelentes não só aqui no Brasil como mundialmente, a fábrica virou a página da saída do Mario Rossi e provou que não era dependente de uma única pessoa e reiniciou sua trajetória trajetória de vitórias. Por aqui o prestígio da marca está totalmente recuperado, sendo referência máxima de performance e qualidade, além do suporte que me esforço para fazer da melhor forma possível. Também não posso deixar de agradecer a cada hobbysta que utiliza os motores seja para lazer ou competição.



Qual é a pior parte na vida do Distribuidor?
R. Não diria que há uma parte ruim, como em qualquer negócio, existem obrigações. O Brasil é um país que por sua extensão territorial deveria ser um dos 5 melhores mercados do mundo, porém está a anos-luz de chegar lá, já as fábricas enxergam o país como um mercado capaz de progredir muito, eu posso dizer que eles superestimam o potencial atual do Brasil, isso é bom por um lado e ruim por outro, embora possa não parecer, o Brasil tem prestígio lá fora, em contrapartida somos cobrados por resultados.



Como você o Hobby de Competição no Brasil?
R. Acredito que após o mundial de Jundiaí houve uma melhora considerável no nível das competições. Porém se voltarmos há uma década atrás, ouviremos histórias de grandes competições de 1:10 elétrico, Pro15 e 1:8 nitro. Se o Brasil teve campeonatos grandes há 10 anos atrás e hoje não mais, algo aconteceu de errado no passado, então eu analiso dessa forma: o Brasil está reestruturando as competições de r/c, abrindo espaço para categorias competitivas e acessíveis, e acho que no futuro isso irá proporcionar a consolidação que não houve nas grandes competições do passado que deixaram de existir.




O que seria ideal para o crescimento do hobby no pais?
R. Acima de tudo os praticantes precisam mudar a mentalidade, todos querem pistas do lado de casa, se recusam a dirigir 100km pra ir andar de r/c. A maior queixa é de que não há pistas, mas elas existem, só não estão a 5 minutos da casa da maioria das pessoas. Nos EUA e Europa as pessoas andam 1, 2 horas pra ir brincar, nada é perto. Aqui, quem mora no centro de São Paulo, se queixa de dirigir 30 ou 40 minutos para chegar na pista de Santo André por exemplo, ou ainda se queixa de andar 50km e pagar um pedágio para ir brincar em Jundiaí.
O hobby irá mudar para muito melhor quando as pessoas tomarem mais coragem de viajar curtas distâncias para ir brincar. Essa mudança de hábito é uma das coisas que eu acho fundamental para o hobby crescer, existem outras, mas essa depende só da vontade de cada um, então considero uma das mais importantes.




Quanto ao piloto, quais os planos para 2009 do Salvadori?
R. Planos concretos são de correr de elétrico. No primeiro semestre tem o paulista de stock e no segundo semestre modified, o primeiro estamos vendo como uma grande porta de entrada para novos pilotos além do que serão utilizados motores handout para que o equilíbrio seja o maior possível.
De nitro temos planos como equipe, vou continuar fazendo o carro do Marcos Mayer e iremos nos dedicar principalmente ao brasileiro de 1:10 nitro, que bateu na trave este ano. No mais, talvez eu volte a correr de 1:10 com o lançamento do Motonica P10, previsto para maio de 2009.



Na sua opinião qual o melhor piloto de Rc que temos na atualidade ? (vale para qualquer categoria de Automodelismo Rc)
R. O melhor piloto é competitivo, limpo, educado, prestativo, humilde, etc. Não basta ganhar corridas, mas sim construir uma imagem de referência, positiva.
No Brasil este piloto é o Marcos Mayer, um exemplo disso, além dos resultados que falam por si só, foi a quantidade enorme de pessoas que torceu por ele nos campeonatos Paulista e Brasileiro. Este exemplo que ele se tornou está acima de resultados de corridas, etc., e isso certamente eleva o nível dos produtos que ele utiliza (além da mão-de-obra do preparador, este que vos fala hauhahuhahua).
A nível mundial este piloto seria o Masami Hirosaka, para este não preciso me estender explicando o por que, é o maior campeão mundial de todos os tempos, e não nega ajuda até para quem não corre com os produtos das marcas que ele pilota.




Como seria a pista ideal?
R. A pista perfeita seria um circuito seletivo, apto a receber provas de elétrico 1/12 até 1:8 nitro, com área coberta para 100 pilotos, energia 110/220v e 12v, água, ar comprimido e estacionamento.
Uma dessas não é utopia e acredito que as pistas de Indaiatuba e Santo estão próximas do ideal. Eu incluiria Rio de Janeiro e Paraná, não fossem as restrições de acesso que as duas pistas tem.




O que você faria para viabilizar corridas mais equilibradas com a atual crise?


R. Desde comecei a trabalhar com r/c, sempre fiz questão de tentar fazer as coisas funcionar da maneira mais econômica possível, seja meu próprio equipamento como também dos pilotos com quem já trabalhei. Para mim já seria o bastante se todos procurassem fazer isso.
Eu acredito que a categoria que mais se enquadra em um formato barato é a 1:10 elétrico stock. Estou apostando no crescimento desta categoria para 2009.
Para nitro, fica mais complicado restringir as coisas. Sou a favor de competirmos dentro das regras internacionais, e qualquer mudança drástica para baratear, não irá trazer maior equilíbrio competitivo e passaremos a competir fora de qualquer parâmetro.
Na categoria 1:10 não há muito que fazer, já considero a categoria relativamente barata. As únicas coisas que continuarei fazendo é trabalhar e tentar mostrar com resultados que não é preciso gastar com o desnecessário para andar bem, tampouco economizar com coisas que não tem como economizar (ex: pessoas que gastam o valor de outro kit com acessórios sem utilidade, mas não investem em um bom rádio e um bom par de servos para que o carro seja rápido e preciso em seus comandos).
Para 1:8, especialmente em eventos regionais, acho que limitar 1 motor e 2 ou 3 jogos de pneu por prova faria com que os custos caíssem bastante, assim a discrepância de performance entre pilotos também diminuiria. Andar de 1:8 é caro e a performance é muito proporcional a potência do motor e tamanho dos pneus, para competir no nível máximo que estes carros são capazes, o custo é extremamente alto.





Deixe uma mensagem aos leitores de todo pais.

Gostaria de pedir aos hobbystas que não tenham preguiça de freqüentar as pistas, não se queixem de pagar diária ou anuidade nas pistas que vocês freqüentam, as pessoas que administram essa pista não estão ganhando nada, pelo contrário, para poder manter o espaço para vocês brincarem.
Para quem tem receio de competir, esqueça isso e participe das corridas, peça ajuda aos mais experientes e o mais importante, treine. Também não esqueça que a melhor referência do mundo se chama cronômetro, e não quem passa o outro no final da reta, ou motor que faz mais barulho, muito menos que anda de lado, fazendo drift e barbarizando. Deixe de lado a obsessão por vencer, toda corridas são 20, 30, 40 pessoas, e só 1 irá ganhar, mas todos podem sair felizes, ganhar experiência e tirar proveito de cada corrida que participar.
Para terminar, curtam o r/c, não criem rivalidades sem propósito entre pessoas, grupos ou marcas, a menos que seja na brincadeira e que essa brincadeira seja aceita mutuamente, pois essa é uma das partes mais legais do hobby =)=)=)









Entrevistador.
TEAM SPEED WORK .